O que é arquitetura

A arquitetura pra mim é uma forma de orquestrar o universo, o arquiteto é o maestro do espaço, ele cria harmonia. Esta harmonia não é supérflua, não é um mero enfeite para algo pratico que é morar. Se se parar para pensar, morar não é apenas se abrigar das intempéries. É se abrigar das intempéries sim, mas estar seguro estar abrigado envolve uma serie de sentimentos de sentidos e significados. O lugar mais protegido do mundo, o lugar que o melhor nível de iluminação de conforto térmico e acústico pode ou não ser um lugar onde nos sentimos corretamente abrigados, na verdade pode ser o lugar menos confortável de se estar (to be) (porque ser e estar se confundem, e parece que não se pode ser de verdade se não estiver realmente bem colocado no mundo). E em alguns casos, a caverna mais sombria mais incrustada na terra fria, aquela onde o lago e a luz penetram dentro é onde nos sentimos e somos melhores.

A Harmonia existente nos espaços ou entre os espaços é bem discutida no conjunto acadêmico da arquitetura, mas sua abrigabilidade nem tanto, porque envolve ao meu ver o mito de estar o mito do lugar. A casa se torna sagrada, no sentido que sua casa é uma zona onde você se sente totalmente diferente e tem tantas mais liberdades e poderes que em qualquer outra, mesmo que não exista diferença concreta entre ela e outra. Habitar esta cercado de mitologia, a casa é o útero, a casa é nosso castelo, a minha casa é mais segura que outra casa pra se estar quando a tempestade toma o mundo de assalto. Quando saio da minha casa visto uma armadura para enfrentar o mundo, seja ela um terno, uma calça, um capacete, e esta armadura não é necessária dentro da minha casa.

Orquestrar o ambiente em níveis de significados próprio para se estar corretamente abrigado envolve um estudo ao intimo do ser, a sua origem em estar. A titulo de curiosidade, porque os homens das cavernas pintava animais e plantas em suas paredes?


para citar o trabalho que escrevi no PET da EA-UFMG "O Homem a Concha e o Universo"

"O homem em meio a imensidão do universo se volta para um espaço de proporções mais confortáveis. Um mundo que, devido as suas proporções amigáveis ao corpo, pode sim ser equacionado e habitado como um todo, onde ele próprio pode expressar seguramente em dimensões menores o mundo externo."

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